Bloomberg: Produção de milho aumenta no Canadá com clima favorável e variedades adaptadas

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O cinturão de grãos dos Estados Unidos está se movendo para o norte, de acordo com informações da agência Bloomberg. Enquanto a neve está alta no sul da província de Manitoba, no Canadá, mais de 400 produtores rurais se reúnem em um centro de convenções para discutir o que era impensável há algum tempo: plantar milho nas planícies do Canadá.

Representantes de empresas como DuPont Co. e Deere & Co. já se reúnem com produtores canadenses para vender insumos e maquinários para a produção de milho. Daryl Gross, vendedor de tratores da CNH Global NV em Steinbach, município agrícola na província de Manitoba, afirma que seus clientes estão cada vez mais dedicando área para a plantação de milho.

O milho é o grão mais produzido nos Estados Unidos e sua produção é tradicionalmente concentrada na região do Meio-Oeste, entre o vale do Rio Ohio até Nebraska. Não era possível produzir o grão nas terras férteis do Canadá, mas com as mudanças da temperatura local, aliadas às variedades de sementes de maturação rápida, o cultivo é possível agora. O cinturão de grãos está sendo “empurrado para o norte”, algo que não era imaginado há uma geração atrás.

Temporada produtiva canadense
A temporada produtiva no Canadá aumentou em cerca de duas semanas nos últimos 50 anos. Pesquisadores canadenses afirmam que a temperatura média anual do país deve aumentar em 3°C na região até 2050.

Isso significa que os campos dourados de trigo darão lugar aos campos verdes de milho no país. Os produtores já semearam uma área recorde de 405 mil acres de milho em Manitoba, Saskatchewan e Alberta, no ano passado, o que representa o dobro da área plantada há dois anos e pelo menos oito vezes mais que há 20 anos.

A perspectiva de um cinturão de milho canadense ajudou a elevar os preços de terras produtivas em até 36% no país entre 2007 e 2012. No mesmo período, as áreas produtivas nos EUA subiram 22%.

Investimento da Monsanto e DuPont
Empresas como Monsanto e Dupont Co. já aumentaram sua equipe e investiram mais de US$ 100 milhões na região, com centros especializados em milho como no município de Morris, em Manitoba. As empresas também estão investindo no desenvolvimento de sementes que podem produzir em um período mais curto.

“Este é um dos poucos lugares do mundo onde não estamos produzindo milho e soja, mas agora temos a oportunidade de fazer isso”, afirmou Greg Stokke, diretor de negócios da DuPont Pioneer no oeste da Canadá. “Nós podemos nos adaptar à região e, depois disso, o negócio ficará mais atrativo para os produtores”.

“Os preços mais altos fazem com que o grão seja mais atrativo para o cultivo, mesmo com a produtividade mais baixa associada às temporadas mais curtas”, afirmou Dennis Todey, engenheiro agrônomo, climatologista e professor da Universidade Estadual de Dakota do Sul.

“Estamos tendo maior umidade no oeste, nossas temporadas de produção estão mais longas e isso faz com que o milho seja uma opção mais viável”, afirmou Todey.

A expansão do cinturão de milho deve ser auxiliada pela formação de um El Niño, fenômeno climático provocado pelo aquecimento do oceano pacífico que o Serviço meteorológico das Nações Unidas informou hoje (15) ser “eminente”. Tais eventos, que costumam acontecer a cada dois a sete anos, tendem a provocar invernos mais quentes no oeste do Canadá, ajudando a temporada produtiva.

A mudança no clima e nas safras vêm com um risco. Em 2012, a pior seca no cinturão de grãos dos Estados Unidos desde 1950 ‘queimou’ as lavouras do sul do país. Agora, alguns produtores da região estão mudando para plantas ‘resistentes à seca’, esperando que dias mais secos estão por vir.

O professor de geografia Danny Blair, da Universidade de Winnipeg, no Canadá, afirma que os invernos mais intensos e maior frequência de seca fazem parte do novo “cenário climático”.

Quando Andrew Knowles começou a produzir milho em St. Andrews, em Manitoba, em 2008, muitos disseram que ele era ‘idiota’. “Agora eles vêm me pedir conselhos”, afirma o produtor.

Knowles conta que ainda tem neve em sua área produtiva e que ele tem apenas até o final de maio para finalizar seu plantio. Em alguns anos, ele teve que colher milho em um solo coberto por neve e colocar os grãos em secadores. Ainda assim, variedades de temporada curta, as temperaturas um pouco mais altas e custo de terra mais baixos lhe dá renda suficiente para competir com produtores do Sul dos Estados Unidos, onde as safras são maiores e o custo de produção é mais alto.

“O custo de arrendamento de terra em Illinois (EUA) é US$ 300 e aqui é US$ 25”, conta Knowles, explicando que consegue renda com produtividade em média um terço abaixo da média dos EUA.

A Monsanto estima que as áreas destinadas ao milho nas províncias ao oeste do Canadá devem crescer 20 vezes até 2025. “Isso deve ajudar o Canadá a ser autossuficiente em milho”, conta Dan Wright, chefe de expansão de milho da Monsanto. As compras anuais de milho dos Estados Unidos já foram reduzidas para US$ 113,7 milhões em 2013, menos de 1/4 do que era comprado há cinco anos, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Informações: Bloomberg

Tradução: Fernanda Bellei

Fonte: Notícias Agrícolas

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