Commodities Agrícolas

Ainda a oferta
Os preços do açúcar demerara caíram ontem na bolsa de Nova York com as atenções novamente voltadas aos altos estoques mundiais. Os lotes do produto para março do ano que vem fecharam com queda de 18 pontos, a 17,33 centavos de dólar por libra-peso. Algumas usinas do Centro-Sul estão cancelando contratos com as tradings, mas parte delas tem feito a operação apenas à espera de preços melhores. Os traders devem ficar atentos hoje aos novos dados de moagem da Unica. O analista Bruno Lima, da FCSTone, estima que a moagem de cana na primeira quinzena do mês deve ter ficado em torno de 40 milhões de toneladas, abaixo de igual período das últimas safras, em média em 45 milhões. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para o açúcar cristal caiu 0,44%, para R$ 45,37 a saca de 50 quilos.

Preço despenca em NY
Após uma semana de calmaria nas negociações dos futuros do suco de laranja na bolsa de Nova York, os preços registraram uma forte queda na sessão de ontem. Os contratos do produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) encerraram o pregão com recuo de 295 pontos (ou 2%), cotados a US$ 1,445 a libra-peso. A nova ameaça climática, a tempestade tropical Cristoval, que se formou no Caribe, já se move para o leste do Oceano Atlântico e não ameaça mais a Flórida, que abriga o segundo maior parque citrícola do mundo. Dessa forma, os negócios voltaram a oscilar em vista da baixa demanda pelo suco no grande varejo dos EUA. No mercado doméstico, o preço da laranja para a indústria apurado pelo Cepea/Esalq subiu 0,1%, para R$ 10,02 a caixa de 40,8 quilos.

Chuva na reta final
O mercado da soja voltou o foco ontem para os boletins meteorológicos, que indicam mais um período de chuvas nos EUA nas últimas semanas de desenvolvimento das lavouras. Os lotes para novembro negociados na bolsa de Chicago fecharam em queda de 12,75 centavos, para US$ 10,2925 o bushel. A empresa de meteorologia DTN prevê fortes chuvas no oeste do Meio-Oeste americano, principalmente em Iowa e Nebraska. Em algumas áreas, pode haver alagamentos. Porém, o clima é favorável à fase atual das plantações. Na semana passada, as lavouras tiveram uma leve perda de qualidade após poucas chuvas em Iowa, mas o quadro geral continua superior ao de 2013. No mercado doméstico, o indicador Cepea/Esalq para a soja em Paranaguá manteve-se em R$ 67,43 a saca.

Queda nos EUA
O conflito entre Ucrânia e Rússia continuou em pauta no mercado ontem, mas a indicação de que as exportações de grãos da região não foram afetadas deu um alívio para o trigo nas bolsas americanas. Em Chicago, os papéis para dezembro fecharam em baixa de 7,75 centavos, a US$ 5,545 o bushel. Em Kansas, onde é negociado o trigo de melhor qualidade, os lotes com igual vencimento tiveram queda de 10,75 centavos, a US$ 6,3325 o bushel. Os produtores russos aceleram a comercialização temendo represálias internacionais. Com isso, os embarques do país desde o início de 2014/15 já são 22,7% superiores ao volume exportado no mesmo período da safra passada. No mercado interno, o preço médio no Paraná apurado pelo Cepea/Esalq subiu 0,64%, para R$ 581,36 a tonelada.

Fonte: Valor Econômico.