
Colheita lenta
A preocupação com a lentidão da colheita e do processamento de cana no Brasil deu impulso ao açúcar demerara na bolsa de Nova York ontem. Os contratos com entrega em março fecharam em alta de 40 pontos, a 18,14 centavos de dólar por libra-peso. O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar e as chuvas dos últimos dias têm atrapalhado os trabalhos nos canaviais e nas usinas. A desvalorização do dólar ante o real foi um impulso adicional às cotações da commodity. A perda de força da moeda americana desestimula as vendas por parte dos produtores do Brasil, na medida em que diminui a rentabilidade das exportações. No mercado doméstico, o indicador Cepea/Esalq para a saca de 50 quilos de açúcar cristal ficou em R$ 47,11, com valorização de 0,38%.
Estoque maior
Estoques maiores do que os previstos nos EUA pressionaram a soja ontem em Chicago. Os lotes para janeiro fecharam em queda de 36,50 centavos, a US$ 12,85 por bushel. De acordo com o Departamento de Agricultura do país (USDA), os estoques americanos de soja somavam 3,83 milhões de toneladas em 1º de setembro. Analistas consultados pela Bloomberg previam 3,45 milhões de toneladas, em média. Em 1º de junho, o volume era de 11,83 milhões de toneladas, e em 1º de setembro de 2012, de 4,59 milhões de toneladas. O número acima do esperado é explicado pelo aumento de 506,2 mil toneladas na projeção para a safra 2012/13 dos EUA, a 82,46 milhões de toneladas. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq/B3Bovespa para a saca de 60 quilos ficou estável, em R$ 71,64.
Pressão da oferta
Assim como a soja, o milho recuou ontem na bolsa de Chicago sob o peso de um relatório que apontou estoques mais elevados do que o previsto nos Estados Unidos. Os contratos com vencimento em março fecharam em baixa de 12 centavos, a US$ 4,5450 por bushel. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o volume de milho armazenado no país em 1º de setembro somava 20,93 milhões de toneladas, enquanto analistas ouvidos pela Bloomberg esperavam, em média, 17,63 milhões de toneladas. Ainda assim, o volume ficou bem abaixo das 70,21 milhões de toneladas de 1º de junho e das 25,12 milhões de setembro de 2012. No oeste da Bahia, a saca do grão foi negociada a R$ 23,00, segundo a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia.
Safra cheia
A elevação da estimativa oficial para a produção de trigo dos EUA pesou sobre os preços do cereal ontem. Em Chicago, os lotes para entrega em março fecharam em queda de 4,50 centavos, a US$ 6,87 por bushel. Em Kansas, onde se negocia o trigo de melhor qualidade, o papel caiu 7,25 centavos, a US$ 740,25 por bushel. Ontem, o USDA aumentou de 57,53 milhões para 57,91 milhões de toneladas a previsão para a colheita de trigo deste ano. Já os estoques estão mais enxutos do que se pensava. Segundo o USDA, os armazéns dos EUA tinham 50,48 milhões de toneladas em 1º de setembro, ante uma projeção de 52,93 milhões de toneladas dos analistas ouvidos pela Bloomberg. No Paraná, a saca recuou 0,10%, para R$ 50,44, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura.
Valor Econômico.