Commodities Agrícolas: o perigo que ronda os grandes estoques, por Liones Severo

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Mercadologicamente não devemos segurar grandes estoques, porque num período de escassez técnica, os preços sobem para resgatar a oferta necessária num determinado momento. Se o preço ou a remuneração adequada para resgatar a reposição da oferta, não oferecer a disponibilização do produto para os mercados, os consumidores buscam alternativas e passam a considerar o estoque alvo, como inexistente. O resultado imediato é uma depreciação prolongada dos preços até o esgotamento do estoque alvo, levando uma forte depressão dos preços, já que aqueles estoques não são mais considerados como existentes para os consumidores, porém na realidade continuam disponíveis para venda pelo ofertante.

Deve existir uma relação bilateral, não declarada, entre ofertante e o demandante. O ofertante produz para alguém que em algum tempo vai precisar do produto. O demandante faz a adequação de seu potencial de consumo baseado na condição que o produto será destinado para o mercado em algum tempo. O ofertante ou produtor, não deve negar a sobrevida do consumidor, seu parceiro ou contraparte de sua própria atividade fim, a produção. Se em algum tempo o demandante não obtém o produto que necessita, tomará uma das duas decisões: 1) ou tenta buscar alternativas em outros mercados/produtos, 2) ou reduz sua atividade de consumo para adequar a oferta existente. As duas alternativas, virá em detrimento do ofertante em algum tempo e, o maior prejuízo resume-se num aumento de oferta com depreciação direta dos preços, no médio/longo prazo.

Nossa consultoria tem insistido que não devemos estancar o fluxo de produto (soja), antecipando vendas e irrigando o mercado ao alcance de seu potencial. Quanto mais produto é ofertado, melhor será o potencial dos consumidores de aumentar seu consumo e melhores preços poderão ser obtidos. Esta colocação tem lugar comum no mercado de soja, na expressão: ´grandes safras, grandes preços`. Nunca podemos permitir que os consumidores fiquem sem produto para suas necessidades mais imediatas, porque são passageiras e temporais, uma vez perdida a oportunidade, talvez não se consiga uma segunda e mais vigorosa demanda para este mesmo produto.

O mercado é com um RIO, quanto mais água (produto) mais forte será a correnteza (fluxo de produto). O estimulo do aumento do consumo resulta do potencial da oferta. Essa realidade confronta as opiniões que quanto mais produto, menor será o preço. Se diminui o volume da água (produto) reduz o potencial do aumento do potencial do consumo no médio/longo prazo.

O exemplo mais recente aconteceu com os produtores de café que, simplesmente deixaram de vender a produção de uma safra, porque perseguiam melhores preços, sendo que os mesmos já eram suficientes para atender, pelo menos em parte, os demandantes. Uma decisão forte com graves consequências para o setor produtivo do café. Os consumidores optaram por outras origens e restou um grande estoque, praticamente sem preço. No adágio do cotidiano dizemos: ´quem foi ao ar perdeu o lugar `, uma expressão antiga que se propaga até os dias de hoje, pela sabedoria da afirmação.

Estamos vivenciando uma situação difícil com a safrinha de milho, quando o aumento de produção se antecipou a dimensão da demanda. Esta situação foi acidental, mas com consequências de depreciação dos preços em todos os níveis. O mercado exportador de milho brasileiro, de pouca tradição no mercado mundial, avançou desmedidamente no aumento da produção, num período reconhecidamente de pouca oferta de milho brasileiro, denominado como ´safrinha`. Não foi de todo um grande prejuízo porque, embora com alto custo da ousadia, o milho brasileiro ganhou tradição e despertou a percepção de consumidores que o Brasil será um grande player no fornecimento de milho à nível mundial. A partir da ´coragem` de nossos produtores, poderemos ter um grande avanço e consolidar a expansão da agricultura brasileira. Se bem lembrarmos, tivemos momentos muito semelhante durante o crescimento da produção de soja no Brasil.

Somos repetitivos em alertar os produtores brasileiros, da essência e do comportamento do mercado mundial de commodities agrícolas. Precisamos avançar no ´conhecimento (*), de como se desenvolvem as negociações no mercado internacional. Os mercados atuais se tornaram abrangentes e com grande volatilidade. A velocidade dos negócios já não permite muito tempo para a tomada de decisão. Os produtores e/ou empresas agrícolas precisam estar atentos à rapidez do repasse de oportunidades temporais que o mercado oferece. Somos um país eminentemente exportador porque temos apenas 3% da população mundial, mas com imenso potencial produtivo. O crescimento do consumo avança a níveis estupendos e quanto mais produção oferecermos para os mercados globais, maiores serão as possibilidades de incrementar o potencial de consumo. O grande exemplo está no óleo de palma, que a Indonésia e Malásia, desempenharam com maestria essa formatação.

(*) Resultado da intervenção única do elemento humano (conhecimento).
´´ O conhecimento não pode ser inserido num computador por meio de uma representação, pois neste caso seria reduzido a uma informação. Assim, neste sentido, é absolutamente equivocado falar-se de uma “base de conhecimento” num computador. No máximo, podemos ter uma “base de informação”, mas se é possível processá-la no computador e transformar o seu conteúdo, e não apenas a forma, o que nós temos de fato é uma tradicional base de dados.
Associamos informação à semântica. Conhecimento está associado com pragmática, isto é, relaciona-se com alguma coisa existente no “mundo real” do qual temos uma experiência direta.
O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, ideias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa -fonte wikipédia

Fonte: SIM Consult

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