Declaração de Juan Guaidó e apoio internacional surpreenderam a oposição na Venezuela, diz Henrique Capriles

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A autodeclaração de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela surpreendeu a própria oposição ao regime de Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira (31) o adversário de Maduro em duas eleições presidenciais, Henrique Capriles.

Segundo Capriles, inicialmente a oposição não concordava com a alternativa e temia um confronto político e o possível fechamento do Parlamento do país. Mas, uma vez consumada, os opositores também se surpreenderam como o “efeito dominó” do enorme apoio internacional a Guaidó.

Capriles, de 46 anos, que se refere ao ato de Guaidó como um juramento e não como uma autoproclamação, falou com jornalistas – entre eles da agência France Presse – pela primeira vez desde o fato que mudou o panorama político da Venezuela.

“A posição majoritária dentro da oposição venezuelana era que Guaidó não devia fazer o juramento como presidente. Considerava-se que isto poderia desencadear um confronto político (…) Havia a dúvida dentro da oposição que este ato público traria a consequência (que) o governo fechasse a Assembleia Nacional”, disse.

Juan Guaidó discursa para multidão em Caracas e presta juramento como presidente interino da Venezuela — Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Juan Guaidó discursa para multidão em Caracas e presta juramento como presidente interino da Venezuela — Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

“Não tínhamos a informação. Surpreendeu muitos dirigentes”, acrescentou.

Para o opositor, o ato de Guaidó provocou um “processo de composição imediata interno da oposição” e é “mais uma esperança para o venezuelano, mais uma sensação que vocês colhem na rua: ‘agora sim, isto caminha para um desenlace'”.

Em 2017 Capriles foi inabilitado a concorrer qualquer eleição no país por 15 anos. Naquele ano, Capriles era uma das figuras fortes da oposição, junto com Leopoldo López, que está em prisão domiciliar.

O fato de que os principais líderes opositores estão presos, exilados ou inabilitados é um dos argumentos usados quando a oposição diz que as últimas eleições presidenciais de maio de 2018, em que Maduro se reelegeu para um segundo mandato, foram fraudulentas. Também foi o que possibilitou a ascensão de Guaidó.

Veja outras declarações de Capriles:

Apoio internacional

“[Alguns dizem] que este é um plano que orquestramos: isso não é verdade, porque a conta da oposição eram (só) Brasil, Estados Unidos e Colômbia, em termos de reconhecimento a Guaidó, e o secretário-geral da OEA, Luis Almagro. Todos ficamos surpresos com o efeito dominó que houve”, disse Capriles.

O opositor disse que sem esse apoio internacional era provável que Gauidó fosse preso. “O governo diria, ‘tenho controle da força, dos poderes, tenho o povo com medo, já baixei o pau no povo em 2017 [em manifestações que deixaram 125 mortos], sigo em frente’. A reação internacional (…) tem sido uma contenção”.

Últimas eleições

Para Capriles, Guaidó cumpriu a Constituição do país ao se autodeclarar presidente interino, ante o que chamou de “usurpação” de Maduro do poder.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, gesticula ao chegar à base militar Fort Tiuna, em Caracas, na quarta-feira (30) — Foto: Marcelo Garcia/Miraflores Presidential Press Office via AP

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, gesticula ao chegar à base militar Fort Tiuna, em Caracas, na quarta-feira (30) — Foto: Marcelo Garcia/Miraflores Presidential Press Office via AP

“[Nas eleições presidenciais] Maduro inabilita os principais candidatos, ilegaliza os principais partidos e assim quis disputar as eleições. Olha, que fácil! Então, quem elegeu Maduro? Ninguém, foi uma farsa, foi uma montagem. Diante disso, o que o Poder Legislativo faz? Assumir suas competências constitucionais”, disse.

Unidade da oposição

“Qual é o objetivo máximo da oposição? Uma mudança política no país. Onde houve debate? Em como conseguimos essa mudança política, como é possível que a Venezuela possa recuperar a sua democracia porque isto não é uma democracia (…) Isto parece que é um autoritarismo caminhando para um totalitarismo.

Para aumentar a pressão contra Maduro, Capriles cobrou o posicionamento de instituições venezuelanas: “O que falta para que isto termine de rachar (…): é preciso explicar ao povo que até que a sociedade internamente não comece a dizer ‘reconheço a Assembleia’ (não haverá desenlace). Ninguém deu este passo internamente, Fedecámaras, Igreja, sindicatos, ninguém disse: não reconhecemos Maduro. Dizem: reconhecemos a Assembleia. Até que não seja dado este passo, Maduro acredita que tem o controle interno”.

Fonte: G1

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