
O dólar devolvia os ganhos do início da sessão e tinha queda moderada contra o real nesta quinta-feira, com os temores sobre o surto de coronavírus mortal na China sendo compensados pela expectativa de fim do ciclo de cortes de juros pelo Banco Central.
Às 10:15, o dólar recuava 0,15%, a 4,1699 reais na venda.
No último pregão, o dólar interbancário fechou em queda de 0,71%, a 4,176 reais na venda, maior baixa desde 30 de dezembro.
Nesta sessão, o dólar futuro de maior liquidez caía 0,27%, a 4,172 reais.
A alta de 0,71% do IPCA-15 em janeiro, de 1,05% em dezembro, levantava apostas sobre o fim do ciclo de corte de juros pelo Banco Central, reduzindo a pressão sobre o real. A percepção de que o salto nos preços do fim do ano passado ficou para trás deve endossar apostas de novo corte da Selic.
As atenções se voltam agora para a primeira decisão de política monetária do Banco Central, em 4 e 5 de fevereiro. A taxa básica de juros terminou 2019 em 4,5%, mas o BC indicou cautela em meio a uma retomada econômica com mais ímpeto.
Recentemente, a redução da Selic a mínimas históricas elevou o dólar a patamares recordes contra o real, com o diferencial de juros entre o Brasil e o mundo deixando o mercado doméstico menos atraente para investidores estrangeiros.
O resultado da prévia da inflação oficial aliviava as preocupações com o coronavírus, depois que o governo chinês isolou nesta quinta-feira duas cidades que estão no epicentro do surto semelhante a uma gripe que matou 17 pessoas e infectou quase 600, enquanto autoridades de saúde de todo o mundo trabalham para evitar uma pandemia global.
As autoridades de saúde temem que a taxa de transmissão se acelere, à medida que centenas de milhões de chineses viajam pelo país e ao exterior durante o feriado de uma semana do Ano Novo Lunar.
“Mesmo a despeito da transparência adotada por Pequim para conter a proliferação do coronavírus, os investidores internacionais exibem cautela nessa manhã”, afirmou em nota a Correparti Corretora.
Nos mercados globais, a aversão a risco elevava o dólar contra algumas das principais moedas emergentes, como a lira turca, o peso mexicano e o rand sul-africano.