O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, confirmou a realização de leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), para o escoamento da produção de milho nos estados produtores, ainda neste segundo semestre. Segundo Geller, o Ministério da Fazenda já avalizou a intervenção, devendo haver agora a publicação em Diário Oficial da União. O volume a ser ofertado não foi estimado.
“O leilão de Pepro foi assinado pelo ministro [Guido] Mântega. Mandamos a portaria para a Fazenda [Ministério] na semana passada e foi assinado o Pepro para Mato Grosso”, afirmou Geller. Ele participou nesta quinta-feira (31) da abertura do Circuito Aprosoja, evento realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) em Cuiabá (MT).
O Ministério da Agricultura não fala em um cronograma para os leilões. “A portaria será [válida] para o Brasil. Obviamente onde tem o maior problema é no estado de Mato Grosso”, disse Neri Geller durante rápida conversa com os jornalistas. O estado é o principal produtor brasileiro de milho segunda safra e apenas neste ano deve colher acima deve 17 milhões de toneladas do grão.
Enquanto a safra vai sendo retirada dos campos, as cotações do cereal sofrem recuo. Na última semana, o preço no mercado interno fechou a semana com média de R$ 11,31 saca, leve recuo em relação à semana anterior. O valor médio abaixo do custo de produção (R$ 18/saca) para materiais de alta tecnologia, bem como do preço mínimo praticado pelo governo (R$ 13,56), fez os produtores solicitarem apoio para o escoamento dos grãos.
“Teremos novamente uma grande safra de milho, com preços bastante depreciados e a remuneração do produtor já está comprometida. Precisamos urgentemente dos leilões. A sinalização é positiva, porém, ainda não se tem uma data definida e também não se tem definido o volume suficiente de recursos. Se não houver esse escoamento, teremos também preços mais deprimidos, além da disputa por espaço nos armazéns”, afirma o presidente da (Aprosoja-MT), Ricardo Tomczyk.
De acordo com o dirigente, as liberações dos leilões de Pepro poderão equalizar os preços de venda, uma vez que no estado o valor praticado está em média 10% a 20% menor que o mínimo.
Na última safra em Mato Grosso o Pepro assegurou a comercialização de 8,3 milhões de toneladas de milho, com uma subvenção em prêmios de R$ 440 milhões, segundo o Ministério da Agricultura.
Fonte: G1