Soja brasileira termina a semana mais competitiva do que a dos EUA; preços sobem até 7%

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Essa foi uma semana atípica para os preços da soja. Tanto no cenário internacional, quanto no interno, as cotações sofreram uma significativa influência das cenas políticas no Brasil e nos Estados Unidos, o que motivou uma movimentação bastante severa dos preços na sessão da última quinta-feira (19) como há um tempo já não se via acontecer na Bolsa de Chicago. “A semana foi um furacão”, disse o analista de mercado Miguel Biegai, da OTCex Group, de Genebra, na Suíça.

Ânimos menos agitados, o mercado buscou, no pregão desta sexta-feira, 19 de maio, recuperar parte das últimas baixas e encerrou o dia com pequenas altas entre 7 e 8,25 pontos, e os principais contratos ainda na casa dos US$ 9,50 por bushel. Os ganhos não chegaram a 1%, contra as baixas no pregão anterior que superaram os 2%.

“Depois de atingir o pior patamar em um mês, na sessão desta quinta, com queda de 31 cents, o mercado buscou alguma recuperação. Porém, o câmbio, bem como a grande oferta mundial, limitou ganhos mais expressivos”, explicou o eocnomista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais.

Assim, na semana, o balanço feito pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes, mostra que as posições mais negociadas fecharam a semana com baixas de 0,83% e 1,09%. O julho/17 ficou em US$ 9,53.

Competitividade: Brasil x EUA

De quinta-feira em diante, todas as atenções dos traders passaram a se voltar para os desdobramentos no Brasil das delações do empresário Joesley Batista, da JBS, envolvendo o presidente Michel Temer, principalmente, além dos demais políticos.

A reação do dólar foi imediata – com uma alta de 8% – e a movimentação do câmbio voltou a ser um dos principais fatores observados para a formação das cotações da oleaginosa. Para Biegai, “Chicago ainda vai ter o dólar como fator preponderante no curto prazo. A política brasileira virou um fator determinante para os preços da soja no mercado internacional”.

E isso acontece porque o quadro definido – em função do câmbio – de uma competitividade maior dos Estados Unidos frente ao Brasil se alterou completamente e a demanda está de volta ao Brasil de forma muito mais expressiva do que vinha sendo observado nas últimas semanas. A desvalorização da moeda nacional chamou os compradores e negócios, somente na quinta-feira, de 500 mil a 1 milhão de toneladas, foram efetivados, ainda segundo o analista da OTCex Group.

“O produtor brasileiro vendeu uma parte da sua safra porque visualizou uma oportunidade. E agora ele volta a se retrair, buscando vender em preços um pouco melhores nos próximos dias. A alta do dólar compensou muito as baixas em Chicago”, disse.

De olho no dólar e em seu comportamento frente ao real, portanto, “Os players internacionais temem que a brusca queda da moeda brasileira possa desencadear uma erupção de vendas no mercado físico brasileiro”, diz a AgResource Brasil em seu reporte diário. “Caso aconteça, o cenário de vendas agressivas pode aniquilar as chances de competitividade da soja norte-americana no mercado internacional, com a demanda global, em especial China, focando ainda mais o produto do Brasil”, completa o boletim.

Nesta sexta-feira, porém, o dia foi de ajustes e a moeda americana já encerrou seus negócios com uma queda de quase 4%, para fechar com R$ 3,2571, depois de bater em R$ 3,40 na sessão anterior.

“O movimento da véspera foi muito irracional. Vamos ter um alteração dos cenários, mas a mudança nos fundamentos não vai ser tão rápida nem tão intensa”, avaliou o analista da corretora XP Marco Saravalle em entrevista à agência de notícias Reuters.

 

O quadro, pelo menos neste momento, ainda é cercado por muita incerteza e o andamento dos preços pode evoluir por um caminho que não estava no radar dos traders, tanto para a soja do Brasil, quanto dos Estados Unidos.

Preços no Brasil

Diante desse cenário, no balanço da semana, o saldo foi positivo para o mercado brasileiro.

As cotações, no interior do país subiram entre 1,68% e 6,78% – ou até R$ 4,00 por saca entre as principais praças de comercialização. Apenas algumas raras exceções foram observadas, com pequenas baixas em Sorriso/MT, São Gabriel do Oeste/MS e Assis/SP, onde as cotações caíram. As referências ficaram entre R$ 53,00 e R$ 68,00 a saca.

Já nos portos, as altas chegaram a 5,11% no acumulado semanal. Para o produto disponível, os indicativos ficaram em R$ 72,00 em Paranaguá; R$ 70,00 em Rio Grande e R$ 70,80 no terminal de Santos. Para a safra nova, R$ 72,00 no porto paranaensa e R$ 74,00 no gaúcho.

Posicionamento dos Fundos 

O comportamento dos fundos também se alterou nesta semana depois dos acontecimentos no Brasil. Fugindo do risco e do sentimento de uma maior oferta brasileira no mercado motivada pelo câmbio, as vendas de posições ocorreram em um volume expressiva. A instabilidade política nos Estados Unidos com as incertezas sobre o posicionamento político de Donald Trump também influenciaram.

“Os escândalos de corrupção no governo brasileiro e a crescente dúvida no posicionamento político de Trump têm levado os fundos a adicionarem posições de venda nos futuros da oleaginosa, que agora apostam em um posicionamento mais agressivo de vendas no mercado físico do Brasil”, explica a AgResource Brasil.

 

Por: Carla Mendes

Fonte: Notícias Agrícolas

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