Soja: Com dólar acima dos R$ 4,00, preço do disponível vai a R$ 86 em Rio Grande nesta 3ª

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O dólar superou os R$ 4,00 nesta terça-feira (22) e renovou sua máxima histórica no Brasil. Por volta de 12h30 (horário de Brasília), a moeda norte-americana subia quase 2% e era cotada a R$ 4,057. O avanço da divisa impactou diretamente nas cotações da soja no porto e elevou o preço do produto disponível no porto de Rio Grande a R$ 86,00 por saca, com ganho de 2,14%. Em Paranaguá, por outro lado, estabilidade nos R$ 82,00. Já a soja da safra nova operava, respectivamente com R$ 84,50, subindo 1,20%, e R$ 82,50, registrando um ganho de 1,85%.

A alta do dólar se dá, principalmente, pela tensa cena política do Brasil, com o Congresso Nacional decidindo, nesta terça, se derruba ou não os 32 vetos da presidente Dilma Rousseff a medidas que aumentam gastos e poderiam, portanto, inviabilizar o ajuste fiscal, como informou o jornal O Globo. Paralelamente, acontecimentos no cenário externo também contribuem, como ainda a expectativa para a taxa de juros nos Estados Unidos e a postura do Federal Reserve diante dessa decisão.

Internamente, uma situação como essa para o dólar se deu, ainda segundo noticiou O Globo, em meados de 2002, quando a moeda fechou em sua até então máxima histórica de R$ 3,990, após bater na máxima da sessão de 10 de outubro de R$ 4,005. “Naquela ocasião, semanas antes do segundo turno das eleições presidenciais, os investidores do mercado financeiro temiam as implicações da possível vitória do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva”, noticiou o site do jornal.

Segundo relatou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, apesar desse momento dos melhores preços do ano, os negócios ainda são limitados. Acreditando em um dólar ainda mais elevado, o sojicultor evita fazer novas vendas para garantir patamares ainda mais elevados. “O setor do agro já não acredita mais no real, e aposta na soja como um ativo financeiro”, diz.

Na avaliação do diretor de mercados emergentes do banco internacional Société Générale, ainda de acordo com O Globo, um novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil, depois da Standard & Poor’s, poderia levar o dólar a buscar os R$ 5,00 mais adiante.

Em Chicago

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizou seu reporte semanal de acompanhamento de safras no final da tarde desta segunda-feira (21) e os números vieram pressionando as cotações da soja na sessão de hoje em Chicago. Os futuros da oleaginosa, por volta de 12h40 (horário de Brasília), perdiam entre 7 e 8,75 pontos nas posições mais negociadas, com o contrato novembro/15 cotado em US$ 8,65 por bushel.

O departamento informou que a colheita da soja nos EUA, até o último domingo (20), já havia sido concluída em 7%, número que ficou acima das expectativas do mercado que variavam entre 3 e 4% da área apenas. Este foi o primeiro número oficial para a safra 2015/16. Já sobre o índice de condição de lavouras de soja em boas ou excelentes condições, houve um reajuste positivo e passou de 61 para 63% em uma semana, o que também pesou sobre o mercado.

Paralelamente, há ainda uma nova alta do dólar no mercado internacional, que também pressiona as cotações, segundo explica o analista de mercado e editor do site internacional Farm Futures, Bob Burgdorfer. “O dólar sobe novamente com as especulações de que uma alta da taxa de juros nos EUA ainda poderia acontecer este ano. Além disso, a queda nos metais e no petróleo (que também subiu ontem, assim como a soja) também pressiona”, diz. No Brasil, a moeda norte-americana já renovou sua máxima e supera os R$ 4,00 na sessão desta terça-feira.

Para Carlos Cogo, consultor da Carlos Cogo Consultoria, o mercado ainda não admite uma mudança de tendência para as cotações e deve continuar sentindo a pressão da chegada da nova oferta norte-americana, apesar de sinais de um aquecimento da demanda pela soja norte-americana.

“A colheita nos EUA vai continuar batendo nos próximos dias. É o fato de os produtores estarem já colhendo, estão por enquanto vendendo produto da safra velha, têm uma boa capacidade de estocagem, mas estão pouco vendidos. Ao contrário dos brasileiros, os produtores americanos enfrentam um problema bem diferente que é a valorização do dólar”, diz Cogo. “Hoje, a soja norte-americana é a soja mais cara do mundo. Então, uma soja ultravalorizada para futuros na Bolsa de Chicago isso é, evidentemente, baixista, porque se vê menos demanda pela soja de seu país. Em termos globais, temos uma demanda firme, mas em termos locais, os produtores vão ter que reter sua colheita e esperar completa.

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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